Tempo de voltar a sorrir
Às cinco e meia da manhã já Quim estava no bloco operatório. Pouco depois das 23 horas estava a chegar a casa. Pelo meio uma operação, uma viagem de avião e tempo para receber os jornalistas no quarto com um sorriso de esperança. «Deviam ver a cara de Quim. Ficou tão feliz por ter desaparecido a dor...», comentava a médica que o operou. Hoje e amanhã descansa, quinta-feira começa um árduo trabalho.
Às 18.30 de domingo chegavam Quim, Rodolfo Moura e Lourenço Pereira Coelho ao Arabella Sheraton hotel, em Munique. No primeiro andar fica a clínica, aberta especialmente para ele. Feitos os exames preliminares e trocadas impressões decide-se pela operação. Com uma agenda preenchida, a médica Ulrike Muschaweck madrugou e colocou Quim no primeiro lugar. Às 5.30 da manhã, uma hora a menos em Lisboa, já Quim estava no bloco operatório para os preparativos para uma cirurgia que se iniciou às 7.15 horas, com Rodolfo Moura a assistir. Bastaram 35 minutos para a médica remover o problema. O jogador ficou no recobro e subiu ao quarto 15 do 19.º andar.
Perto das 12.30 surpreendia os repórteres fotográficos com um sorriso. Já tinha pedido algo para comer e via televisão. Estava com boa cor e a médica alemã cumpria de novo o que prometera: cirurgia sem complicações e sequelas. ...E o desaparecimento da dor.
«Deviam ter visto a cara dele. Estava feliz por ter desaparecido a dor», comentava a médica alemã. «Que alívio, agora vai recomeçar.»
«Como aço»
Quim fez jus à sua personalidade e esteve sempre sereno, sem se queixar. Recebeu alta e foi até ao restaurante do hotel com os companheiros de jornada. Andava tranquilamente, como uma pessoa normal. Tempo de apanhar um táxi. Um momento de pausa no aeroporto para beber uma coca-cola e comer gomas. Tranquilo, como se nada se passasse com ele. No avião, necessidade de caminhar um pouco. E adormeceu, exausto. Tinha à espera um batalhão de jornalistas, evitou falar lembrando a política de comunicação do Benfica. E foi para casa, depois de ter dado todas as informações pelo telemóvel. Vai descansar dois dias. Quinta-feira começa de novo. «Estou como o aço», comentava informalmente a quem lhe perguntava como se sentia. Como aço.
Quim pode defrontar Villarreal
</td></tr>Foi o sucesso esperado a operação de Quim na Alemanha, dirigida por Ulrike Mushaweck, debelando a hérnia inguinal. A médica está optimista e prevê um tempo de recuperação de oito a dez dias, a tempo de poder defrontar o Villarreal, a 2 de Novembro, para a Liga dos Campeões. Rodolfo Moura, que acompahou o jogador, é mais cauteloso, embora optimista: cada caso é um caso; a integridade de Quim é prioritária; a força que ele tem é decisiva.
«O tempo de recuperação desta intervenção cirúrgica, até o jogador poder treinar-se sem limitações, varia entre os oito e os dez dias. Como o jogo com o Villarreal é no dia 2 de Novembro, Quim tem tempo para recuperar. Espero que jogue. Poderá jogar», reforçou a médica Ulrike Muschaweck, respondendo assim à pergunta que, seguramente, a maioria dos benfiquistas quer ver respondida em primeiro lugar. A médica alemã revelou depois qual o programa de recuperação física (ver tabela), mas o Benfica introduziu mais um dia de descanso, pelo que só na quinta-feira Quim regressará ao trabalho, naturalmente acompanhado por supervisão clínica. «As pessoas ficam admiradas com a rapidez com que os atletas recuperam para a competição, mas tudo se deve a uma técnica que desenvolvemos nesta clínica.» E em que consiste essa técnica? Basicamente, o canal inguinal só é aberto ao longo da zona afectada sem que se toque, com riscos de estragos, nas estruturas intactas, que ficam assim prontas a responder como habitual ao esforço. Mais de 12 mil operações do género nos últimos anos e uma taxa de sucesso de 99,8 por cento atestam o sucesso desta técnica.
Integridade física em primeiro
Quim teve de cumprir as normas de não falar à imprensa, pelo que foi Rodolfo Moura quem, à chegada a Lisboa, reforçou que «a recuperação correu muito bem». Depois, o clínico historiou o processo, que começou com os primeiros sintomas a aparecerem na Selecção, e da primeira aposta num tratamento conservador. Sobre o assunto diria a médica alemã: «Perda de tempo, porque quando regressam as dores vêm com mais força». Após o jogo com o Villarreal, em que Quim foi substituído, o Benfica divulgou que tal se devia a uma mialgia, mas apenas «para salvaguardar o sigilo profissional», já que «o jogador estava a par de tudo e das suspeitas de hérnia inguinal. Com claras melhoras e duas recaídas, foi após o jogo com o Estrela que se avançou então com a decisão de operação.» E agora? Oito a dez dias de recuperação? «Cada caso é um caso. Há doentes e não doenças, pelo que a mesma patologia pode gerar reacções diferentes». Com algumas recuperações surpreendentes no currículo, nem assim Rodolfo Moura, apesar de tudo esperançado, muda o discurso: «Nunca nos comprometemos com prazos. E nunca submeteremos a integridade do atleta a outros interesses. Regressará quando estiver em condições, sem correr riscos. Esta recuperação exige grande sacrifício e dedicação, qualidades que o Quim já mostrou possuir », concluiu.
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Koeman muda quase tudo
RONALD KOEMAN está atento ao desgaste provocado pela sucessão de jogos e, assim sendo, tenciona apresentar uma equipa totalmente renovada frente ao Leixões. Tudo se perfila para que Simão, Manuel Fernandes e Anderson sejam os únicos da equipa que defrontou o Estrela da Amadora a alinhar de início
É, literalmente, uma equipa de cara lavada aquela que deverá iniciar o jogo com o Leixões, amanhã, no Bessa, em jogo a contar para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, a primeira em que participam equipas da Liga principal.
Ontem, no Jamor, o último treino realizado à porta aberta antes do embate com o Leixões, permitiu a Ronald Koeman ensaiar uma equipa totalmente renovada, na qual Manuel Fernandes, Anderson e Simão foram os únicos dos habituais titulares a figurar na equipa teoricamente titular e, caso o técnico holandês leve avante as suas ideias, Rui Nereu irá estrear-se a titular, após substituir Quim em duas ocasiões consecutivas, ante Villarreal e Estrela da Amadora, tendo à sua frente um quarteto defensivo constituído por João Pereira, Anderson, Ricardo Rocha e Leo. Os dois últimos não foram opções para Ronald Koeman nos últimos compromissos.
No sector intermediário, Manuel Fernandes deverá jogar ladeado por Beto, à direita, e Karagounis, à esquerda e, mais abertos nas alas, Carlitos e Simão, sobrando Mantorras como o elemento mais adiantado da equipa. Será a primeira vez, na presente época, que o internacional angolano começa um jogo oficial e também, uma boa oportunidade para rever a sua popularidade, já que não é utilizado desde o jogo com o Lille, altura em que foi determinante no lance da vitória, ao efectuar o passe para Miccoli. O treino de hoje deverá confirmar a utilização deste onze, mas a a sessão decorrerá à porta fechada.
Carlitos é outro caso especial. À semelhança do que acontecia com Trap, também Koeman vê qualidades no extremo e continua a acalentar esperanças de vêlo explodir a qualquer momento.
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O nosso Quim já está em recuperação :-DDD
Força Quim! Esperamos por ti para defenderes as redes do Glorioso!
Saudações Benfiquistas
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